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Artigo

Vida e Morte de um Herói do 13 BC - Capítulo VIII

  • Álbum de família - Início dos anos 40 - Competição ciclística pelas ruas do centro da cidade com a participação de Etelvino

Da redação -11h35min - Em 22 de agosto de 1942, com a declaração de guerra do Brasil aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), depois de ataques de submarinos alemães e italianos a navios da Marinha Mercante Brasileira, os joinvilenses passaram a viver um clima de guerra agravado pela Campanha de Nacionalização instituída pelo presidente Getúlio Vargas. Muitos alemães e seus descentes que nada tinham a ver com o conflito, chegaram a se presos por falar o idioma alemão.

Os efeitos da guerra distante envolvendo países da Europa e da Ásia, arrastando o mundo para aquele que se transformaria no maior conflito bélico da história, começavam a interferir na vida da família de Etelvino. O curso de Atirador no Tiro de Guerra garantiu-lhe Certificado de Reservista, assim, mesmo com a ampliação do conflito bélico, Etelvino sentia-se seguro, tinha a certeza que não seria convocado pelo Exército Brasileiro.

Apaixonado por uma bela moça,  Dorvalina Budal Arins, neta de João Sell,  Etelvino vivia momentos de felicidade. O mesmo não acontecia com uma de suas irmãs que namorava um jovem de descendência alemã, de família residente no Boa Vista. O afundamento de navios da Marinha Mercante Brasileira matando mais de 600 pessoas, incluindo mulheres e crianças, somado aos efeitos da Campanha de Nacionalização, desencadearam um sentimento de ódio contra alemães e seus descendentes. Thomaz, o pai, não aprovava o namoro.

O tempo que sobrava entre o trabalho na olaria e o ciclismo Etelvino dedicava à namorada. Com total aprovação de seus pais e dos pais da moça, o namoro evoluiu para o noivado. Mas eis que as teias do destino passaram a conspirar. Uma inesperada convocação para se apresentar no 13º BC (Décimo Terceiro Batalhão de Caçadores) surpreendeu toda a família. O Batalhão sediado em Joinville havia iniciado a convocação de reservistas para depois de exames de seleção e sorteio, formar o 2º Escalão da FEB - Força Expedicionária Brasileira.

Na continuação do Boletim Diário n. 55, de 6 de março de 1943, o 13º  BC registra a apresentação dos reservistas convocados, incluindo o nome de Etelvino Silveira de Souza.

Em 12 de abril de 1943, na continuação do Boletim n. 80, a Unidade do Exército assim identifica o reservista: Etelvino Silveira de Souza - filho de Thomaz Silveira de Souza e Maria Francisca de Souza, natural de Santa Catarina, município de São José, nascido em 4/11/1921, altura 1,74, cabelos castanhos cor branca, barba raspada, bigode raspado, olhos castanhos, boca pequena, rosto comprido, nariz afilado, lê, escreve e conta, oleiro, solteiro, vacinado, sabe nadar, tem cicatriz inflamatória  externa na garganta sobre a linha mediana.

Para a família, a cicatriz inflamatória na parte externa da garganta poderia fazer com que Etelvino fosse dispensado, o que não aconteceu. A esperança de sua dispensa renasceu dias antes do sorteio entre os soldados selecionados, com a proposta de um companheiro de farda para substituí-lo, caso  o sorteio o indicasse  para integrar o 2º Escalão da FEB. Novamente o destino não esteve ao lado de Etelvino. O resultado do sorteio indicou que tanto ele como  amigo teriam como destino o front de batalha em solo italiano.

Com a partida de Etelvino para combater o experiente exército alemão na Itália, o que será da noiva?  Você vai saber no próximo capítulo. Novas postagens às segundas-feiras.

Ary Silveira de Souza - Editor do JI Online/




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